Páginas

20 agosto 2009

Ai, a Lagarta!

O dia hoje promete... promete atrasos! Já estou eu aqui de novo! Mas foi a Lagarta, lembram dela? Aquela história que prometi postar a cada domingo, mas não rolou. Pois é. A história era apenas aquilo ali mesmo. Podem conferir lá no arquivo em A Lagarta e o Tempo (2 de agosto de 2009). Vejam só qual foi a pergunta que a criaturinha fez ao tempo, na oportunidade talvez única de se relacionar com algo que falasse com ela: "Qual é a natureza de todas as coisas?" Uma pergunta como esta indica já que a natureza da Lagarta é um dia tornar-se borboleta, através de um longo processo que a pergunta indica como sendo de autoconhecimento. E conhecer-se requer uma certa coragem de encarar os fatos da nossa própria existência e como nos comportamos nela — o que na maioria das vezes não é a parte mais agradável. Pela pergunta, acredito que a Lagarta na verdade já estivesse se transformando, ou quem sabe até já fosse uma bela borboleta, mas ela não conseguia ver-se, ou pelo menos ver-se assim. A pergunta mostra a necessidade de legitimação que a todos nós afeta. Somos perfeitos e bons, mas alguém precisa nos mostrar isso, porque passamos a vida abaixo de repreensões. Peraí, gente: não confundam as coisas! Ser borboleta não tem nada a ver com pintar as unhas de vermelho, fazer escova progressiva, mallhar até morrer, frequentar bares da moda, gastar fortunas em roupas, sapatos e que tais. Isso está mais para mariposa, que se encanta pela luz — luz da lâmpada, meus caros! — e quando a luz apaga a pobre dá com a cara no vidro e morre. Ai... odeio tragédia. Mas voltando ao tema: então ela fez a pergunta e o tempo respondeu: "Para saber a natureza das coisas é preciso olhar a semente". Caros... essa está difícil de explicar até para mim, que inventei a história. É que vocês sabem, né? As histórias, depois que começam, ganham vida própria, se libertam do autor e às vezes até nos esculhacham. Mas enfim: acho que isso pode querer dizer que para se olhar a semente é preciso refazer o percurso, desconstruir o que já cresceu para se ver com os próprios olhos...será? Pode ser? Não sei. Esta fica para vocês como uma espécie de koan.
E a história acaba aqui.
Fim

Tchau, Lagartaaa!!!!


Nenhum comentário: