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02 dezembro 2012

O caminho

Solidão é um ponto na montanha muito próximo ao cume, de onde já não se consegue ouvir com clareza o burburinho do que ficou para trás, embora saibamos que está lá, distante. Ao alto, o silêncio adornado por nuvens de pensamentos, que brincam de esconde-esconde no labirinto da memória. O ar é rarefeito; o caminho, cada vez mais íngreme, exigindo um esforço que constrói a possibilidade à medida que mais exige; o entorno é vento que impede ouvir o que não seja silêncio. Abaixo, a certeza de que não há como voltar, ou ceder ao cansaço, à ilusão. A vertigem embota a presença sutil da liberdade, que ignora a gravidade e torna leve o pesado jugo das verdades eternas, carregadas a duras penas por tão longa eternidade. Tudo é apenas temporário. Estamos indo para Croatã... todos nós.
Amor de Hanna, que se espalha ao vento
H.



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