Páginas

19 março 2012

Demasiadamente humano

Todos os caminho apontavam para lá. Não sabia se queria mesmo ir ou se o desânimo e indecisão eram fruto de um certo medo de que o trem saísse de vez dos trilhos. Sim, claro! As decisões repercutem, mas somente as decisões graves provocam realidades que nos podem fugir ao controle - o famoso "deu merda". O resto é bobagem, coisa pequena... Nada que não se possa transformar em vaga lembrança... e algumas guardam até uma certa graça, convenhamos. O perigo está na insistência. Se temos que insistir, seja lá com o que for, já estamos contrariando o ritmo natural das situações. Deixar pra lá é um santo remédio, sabia? E nada deve durar, no pensamento, mais do que o tempo que leva para se apagar o aroma do acontecimento. Ao olhar para trás, percebemos que os desastres que se abateram sobre nós foram fruto da insistência, do murro em ponta de faca... arf.. e quantos! A vida segue em seus próprios trilhos e é bom ficar olhando, constatando, deixando fluir. A isso esta tonta Hanna costuma chamar de libertação, plenitude e suavidade. Como é bom estar em plenitude de si mesmo. Melhor ainda se não nos sentimos instados a dialogar com os conceitos correntes dos que preferem estar no epicentro das difusas possibilidades. Estar por si não é o mesmo que estar só - o que aliás é humanamente insuportável... Mas só humanamente. Dizer isso me faz lembrar umas tolices de Hanna, que tinham gancho no louco do Nietzsche - humano, demasiadamente humano. Uma história da categoria do "vai dar merda...". E deu. Quem mandou insistir?
Desta Hanna bissexta, que a todos ama e que de todos sente saudades.

Nenhum comentário: