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23 março 2011

Amores tristes

Era uma poesia triste, sobre um amor estancado em algum canto da vida. Era escrita em pedaços, como soluços desesperançados. Era linda, mesmo que triste; mesmo que entrecortada, como uma foto que o tempo ameaça apagar. Quis cuidar para que não morresse. Catei os pedaços possíveis, abandonados, empoeirados, mofados e, delicadamente, em silêncio, os guardei. Fiz de conta que eram meus aqueles tristes versos; que teriam sido feitos para mim. Jamais saberá o poeta do amor que por ele senti. Quisera poder dizer àquele triste coração que não adianta tentar fugir para o mais alto cume do universo, ou para o mais fundo poço da imensidão. Não temos o poder de desistir do amor. Ele segue nossos passos e habita nossos pensamentos como insistente sombra, rogando por um raio de luz. Não nos cabe desistir do amor. O amor só acaba quando ele mesmo desiste de nós.
Ave, poeta!
Hanna

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