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11 setembro 2010

Resumos de Hanna

Tem dias que é preciso acender a luz sobre aquele vão escuro que antecede a água límpida do poço. Veremos que há pedras, limo, frio que cria histórias velhas, gerando plantas miúdas e que não precisam de sol para viver lá. A gente se sente como quem partiu ou morreu, quando olha para lá e não consegue divisar a realidade que nos cerca, nos envolve no presente e é presente, vida que nossos olhos decidiram não ver... porque preferiram olhar para baixo, lá no meio do caminho para o fundo. "Olha lá, menina! Não vá brincar perto do poço!" Mas a gente vai, talvez somente para morrer de medo do escuro e fugir correndo, com o coração aos saltos, a mente atordoada, o coração arrependido, e sentir-se novamente segura, aquecida pelo real iluminado. Mas passa, sempre passa, tudo passa. E a gente se arma de coragem e volta lá, talvez só para sentir que o sol sempre nasce outra vez, clareando tudo, iluminando o que está em volta do escuro e tampado poço, que guarda, poderoso, o seu assustador caminho escuro que vai dar lá em-não-se-sabe-onde. Como se não houvesse existido o caminho que nos levou até lá. Como se a água límpida da resiliência não estivesse sempre lá, guardando o caminho que vem depois. Mas um dia o poço dorme, se apaga e o tempo nos leva para outro lugar. Roda viva, roda pesada, tampa do poço..."roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração". Música antiga, Universo redundante. Repetição. Corda. Barbante. Assombração. Ponto. Final. Bobeira. Besteria. Bastante. Enfim...nal. Olha lá, menina... Não vá brincar perto daquele poço... Não outra vez. Paciência... perdão.
FIM

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