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12 novembro 2009

O melhor prêmio de Jornalismo

Queridos, preciso contar. As notícias, vocês certamente verão nos jornais, rádios e tevês amanhã. Mas quem mais poderia contar para vocês o que ninguém mais conta e, o pior, o que muito poucos reparam? Hein? Digam. Quem? Claro que euzinha, né não? Pois bem: fui hoje à décima primeira edição do Prêmio Embratel de Jornalismo. Festão! Boca livre das mais regadas e generosas, aliás como sempre. Mas este ano teve um diferencial notável! Um show da melhor qualidade com Nando Reis e os Infernais. Nossa, como foi bom! De vez em quando — já que é só uma vez por ano — é bom dar um tempo no samba e alegrar os jornalistas da terceira geração..hehehe.  E é bem neste ponto que se localiza a minha notícia e espanto. Fiquei todo o tempo do show, como é de se imaginar, bem na beirada do palco, que é relativamente baixo, mais ou menos na altura da minha cintura. Dancei e cantei como há muito não fazia, e bem diante de um de meus ídolos (na falta de outra definição, porque não sou muito dada a idolatrias). E notei uma coisa: os jornalistas, diante de seus ídolos, não se empurram e cotovelam; não se espremem para pegar o melhor lugar; não se sacaneiam mutuamente... Todos se contentam em ficar onde estão e assim se acomodam e aproveitam, sem incomodar os colegas que por acaso estão mais bem localizados. Um espanto! Em coberturas jornalísticas, se bobear sai porrada por uma sonora exclusiva, por uma foto de melhor ângulo, por uma imagem. Certa vez, quando um dia fui celebridade e tive meus quinze minutos de fama, lembro que quase fui derrubada do palco pelos fotógrafos que se amarfanharam para, sem perder um lance, fotografar a mim e ao que vinha em seguida, que era mais celebridade do que eu. Cruz credo! Mas no show, que coisa meiga. Todos dançamos, pulamos, cantamos, com Nando Reis e seus Infernais nas nossas caras. Uma delícia. Quase me deu vontade de voltar para aquela vida bandida. Mas logo passou. Ah, já ia me esquecendo de outra meiguice desta edição do Prêmio Embratel: a Míriam Leitão estava lá, mas não concorria a prêmio algum. Estava babando a cria como qualquer mãe comum. O filho dela é repórter da revista Época e ganhou um prêmio. E ela não sabia se pulava, se aplaudia ou se tirava fotos com uma maquininha digital daquelas que só as mães usam. E o filhote, claro, dedurou que ela já é avó ao dedicar o prêmio aos próprios filhos. Mas se redimiu ao contar que parte da primeira gravidez da mãe foi passada na prisão por conta da resistência à ditadura e que na segunda ela não tinha grana nem para fazer pré-natal. Uma mulher valente, sem dúvida, com quem tive a honra de trabalhar por duas vezes — a primeira em televisão e a segunda em jornal. Mas chega de memórias, senão eu acabo reencarnando aquela vida passada. Por hoje, cansei.
Beijos a todos e fiquem agora com Nando Reis.


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