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26 outubro 2009

A noiva do caubói, além das outras três

Os teóricos da psicanálise dizem que todos temos uma criança assustada dentro de nós e que é ela quem guarda a chave das nossas emoções; é ela quem esperneia e nos constrange, dá vexame, reage mal, tem atitudes absurdas que não combinam com nossa posição de gente grande. Às vezes essa criança nos trava em momentos graves onde deveríamos tomar decisões importantes e simplesmente...fugimos, ou nos comportamos de maneira lastimável: "meu Deus, não acredito que eu fiz isso!". Os terapeutas tentam fazer um trabalho de "reeducação" dessa "criança", para que os adultos possam viver em plena liberdade da maturidade emocional. A criança jamais deixará de existir, mas entenderá que pode confiar no adulto que somos; saber que a protegemos, nos protegendo; que a amamos, nos amando e nos fazendo felizes, mesmo que descobrindo que algumas atitudes "absurdas" são na verdade o nosso maior charme e ponto. A isso eles chamam "amar a si mesmo", como se fôssemos aquela criança que precisa ser ouvida, respeitada, protegida e amada... apenas por nós.  A personalidade emocional é forjada na infância e adestrada ao longo da vida. E muitos de nós não tivemos uma boa "escola" nesta matéria. Mesmo que a "escola" não tenha sido das piores, a educação padrão que geralmente os adultos tivemos foi toda forjada pelo lado do castigo e do "não", da imposição do medo e da punição pelo abandono — quem já não ouviu o famoso "ai, ai, ai... assim não vou gostar mais de você"... isso na melhor das hipóteses? Para uma criança,  que tem a consciência de que não sobreviveria no abandono, isso é a pior das lições. A  alarmante maioria dos adultos tem registros emocionais "defeituosos". Os psicanalistas, dizem eles ainda, que para encontrar essa criança escondida nós devemos buscar nas nossas recordações de emoções infantis as justificativas para nossas reações e atitudes emocionais "adultas", principalmente aquelas que nos impedem o avanço em direção ao que realmente queremos; aquelas que, se pensarmos bem, nos fazem sofrer, por mais que tentemos nos convencer que somos assim mesmo e  o mundo é que está na contramão dos nossos modos de vida. Quando essa criança adormecer confiante e segura dentro de nós, estaremos confiantes e seguros para seguir sem medo.  Poderemos ser finalmente livres e felizes e certamente faremos os outros  mais felizes também. Por que falei disso? Ora... só para poder postar aquela música linda do Chico Buarque, João e Maria. É que não resisto aos narizes de cera...rsrs. 
Hoje para mim é feriado. Mas para todos, bom trabalho e boa semana.
Beijos de Hanna

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Hanna. Um texto que nos leva a reflexão, a uma discussão interna e até mesmo uma busca à infância, para entendermos nossas atitudes. Concordo em grande parte com o texto, só descordo do "ai, ai , ai.. assim não vou gostar de você!"..rs.. No meu caso, foi: ai ai ai.. isso não se faz!..rs
Em relaçao a música, tb adoro, trabalhei muitas vezes essa música com as crianças da minha escola,... realmente linda!
otima semana
bju