Há uma ponte. Sempre há uma ponte, porque a vida é feita de travessias. O desejo inaugura o trajeto e o habita de circunstâncias, entre as quais o medo. Se as pontes fossem traços rabiscados no chão, passaríamos sem nos dar conta do percurso. Mas uma ponte supõe a ligação ao que está distante, ao lado de lá, ao outro, ao que não estamos habituados a habitar. Uma ponte inaugura possibilidades, constrói ilusões, desilusões e até realidades. Uma ponte pode ser o caminho desejado, mas nunca dantes percorrido; pode ser o começo de um novo estar no mundo, um novo lugar. Uma ponte pode ser apenas uma ponte. Daí o abismo, primo-irmão do medo. As pontes inauguram possibilidades... e as possibilidades não estão rentes ao chão...Foto: Anselmo Veríssimo
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