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06 fevereiro 2011

Plantei pensando...

Hoje é domingo. Um dia propício para o descanso das exigências da vida. Mas nem por isso um dia inútil. Ontem alguém falou uma coisa engraçada: "me empenho nos dias úteis, para aproveitar melhor os dias inúteis". Achei graça, apenas. No fundo eu acho que os dias "inúteis" são a verdadeira oportunidade de se fazer coisas úteis. Mas cada um tem o direito de ser e pensar a seu próprio modo e isso deve ser respeitado. Se pensamos de maneira diferente, isso também deve ser respeitado, principalmente por nós mesmos. E aquela declaração engraçada acabou mudando os meus planos para esse dia "inútil". Ao invés de abrir o e-mail antes de abrir os olhos nesta manhã, fiz o bom café de sempre e fui olhar minha "plantação". Fazia tempo que eu só dava a ela os cuidados necessários, como quem tem certeza de que elas sabem cuidar de si. Sim, sabem, cada uma a seu modo. Mas algumas apenas não resistem. Não é fácil viver fora do ambiente amplo e natural para o qual nasceram. Estavam vivas, claro, mas a tristeza era perceptível em cada uma delas. E assim começaram a surgir as histórias, que compartilho agora com vocês. Faço isso porque sei que o mundo dói, e acredito que a única forma de estancar a dor é pelo autoconhecimento, que pode levar à necessária tranquilidade e sabedoria para se viver neste "vaso" tosco e provisório que é a vida. Espero que, mais que gostar das histórias, possam aproveitá-las em suas próprias experiências. E se nada disso acontecer, consideram como mais uma das histórias de Hanna. São cinco histórias, mas vou postar uma a cada dia. Afinal, esta Hanna que a todos ama também precisa aproveitar a "inutilidade" deste dia! Então...

NOSSAS RAÍZES PRECISAM RESPIRAR

Comecei a jardinagem pelas plantas que me pareciam ter estancado o desenvolvimento e já mostravam sinais de debilidade. Dos cinco pezinhos de fruta de conde, dois estavam secando. Três deles compartilhavam o mesmo vaso. Quando retirei, cuidadosamente, o turfo de terra onde estavam, percebi que já não havia muito espaço para as raízes e que isso, talvez, fosse a causa do enfraquecimento, da tristeza daquelas folhinhas. Isso me levou a pensar, como em um repentino insight: nossas raízes também precisam respirar, expandir-se. Não devemos pensar que a vida toda caberemos no pequeno vaso das expectativas que foram se impondo ao longo da jornada, quer pela cultura, pela sociedade, pelas pessoas que nos amam, pelas que amamos, ou até por nós mesmos. Precisamos, de tempos em tempos, revolver a terra onde estamos confortavelmente plantados. Do contrário, vamos aos poucos sufocando a vida, sem nos darmos conta. Então, percebi que não devemos resistir ou sofrer se a mão do destino nos retira da zona de conforto do vaso apertado. Se pensamos assim, estaremos dispostos à expansão, ao desenvolvimento e à frutescência.


Esta é uma das minhas cinco (replantadas) lindas bailarinas... as que dão fruta para o conde...rs.
Até a próxima história!
Amor de sempre,
H.

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