Bom dia, queridos e queridas!
Antes que eu esqueça: tem
Alceu Valença na playlist. Está muito legal. Ah, mas a primeira faixa é Geraldo Azevedo... ai que saudade d'ocê...rs.
Andei vistando alguns blogs que leio e reproduzo aqui não apenas o interessante texto postado em um blog de Portugal, chamado Ponteiros Parados (link ali ao lado), como os comentários que o post provocou. A discussão gira em torno de uma piada "imoral", escrita por Leonardo Da Vinci. O blogueiro que publicou acha que o tempo transforma "imoralidade" em relíquia histórica, o que, de quebra, apaga a "mácula" original da... digamos... "sacanagem". Mas os seguidores nem sempre pensam assim. A discussão esquentou e ficou bem interessante. Quem dera eu tivesse tantos comentários assim... Acho que vou começar a publicar "indecências"...rs. Espero que gostem. E se acharem que vale a pena, comentem - aqui, ou lá onde onde a encrenca toda foi originalmente publicada.
Bom domingo!
Amor de Hanna.
Ah, as aspas lá no texto do alto são porque esta Hanna quântica considera que tudo nesta realidade que nos cerca é mesmo relativo . São as aspas da relatividade - careta de Einstein que o diga!
A VELA APAGADA
"Eis uma anedota ordinarota que facilmente imaginamos a ser contada pelo Camilo de Oliveira nos velhos tempos do Parque Mayer para um público ávido de histórias picantes. Acontece que se trata de um texto retirado de um dos códices de Leonardo da Vinci, o Códice Atlântico, que se encontra na Biblioteca Ambrosiana de Milão.Ora, assim sendo, o cenário muda de figura. O facto de ter uma proveniência erudita e de se tratar de um texto com mais de 500 anos, muda radicalmente a nossa relação com ele. Mais até do que o nosso conhecimento da pessoa que o escreveu, é o tempo, a distância, a história, tal como acontece com os textos latinos de Petrónio ou de Marcial, que muda a nossa relação com ele. Uma anedota ordinária com 500 ou 1000 anos deixa de ser uma anedota ordinária para passar a ser um objecto histórico, erudito e culturalmente relevante. Como se o tempo fosse um antídoto que libertasse o texto da sua mácula original. O tempo é, de facto, um grande escultor. Sem mãos, sem dedos, sem músculos, sem ossos e, sobretudo, sem consciência, consegue transformar um objecto moralmente desprezível numa cândida e encantadora preciosidade".
Comentários:
Alice N. disse... Não tenho certeza se percebi bem o que li, mas, se percebi, não concordo com a ideia de que "uma anedota ordinária com 500 ou 1000 anos deixa de ser uma anedota ordinária para passar a ser um objecto histórico, erudito e culturalmente relevante" e que isso apague a "sua mácula original". Objecto histórico, sim. Culturalmente relevante também, por se tratar do da Vinci, mas parece-me que nem o tempo, nem o autor tornam a anedota erudita. A erudição está em saber quem foi Leonardo da Vinci, saber que foi ele que teve esse momento de inspiração, conhecer a obra e saber ainda que, afinal, o ilustre sábio também descansava e não fazia só coisas geniais. O conteúdo, porém, não deixa de ser o que é por ser do da Vinci. Mas concordo que o aceitamos de modo diferente, com mais benevolência e certa curiosidade. É como o Miguel Esteves Cardoso ou outro(que não comparo ao Da vinci, claro) usar um vocabulário mais grosseiro em certos textos. Num intelectual, é uma excentricidade. Num analfabeto, é uma manifestação de rudeza, falta de educação e objecto de repúdio. Enfim, questões de códigos...
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