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27 fevereiro 2011

Devaneios, ilusões e exposição

A realidade é uma ilusão. E há quem vá mais longe e acrescente: ...uma ilusão passageira, mas persistente. Sim, persistente. E constrói a particularíssima realidade de cada um - a vida como ela se apresenta, como os outros a vêem, e como nós mesmos a vemos e vemos a nós mesmos. A vida como ela realmente é, nem Nelson Rodrigues foi capaz de desvendar. A "vida como ele a via" foi um dos maiores sucessos da vida do jornalista - crônicas do cotidiano publicadas no legendário Última Hora, de Samuel Wainer, na década de 1950. Mas vocês já devem estar se perguntando onde vai dar essa conversa fiada toda, né não? Pois então: ao tentar me desemaranhar de algumas ilusões de pensamento, lembrei de uma exposição maravilhosa que ainda está em cartaz no CCBB e que nos convida a entrar no mundo das ilusões (de ótica, bem entendido). São obras lindas de Escher, um holandês que nasceu no dia do aniversário de Hanna - 17 de junho de 1890. Ops! A coincidência refere-se apenas ao dia e mês, bem entendido. Mas voltando ao tema: a exposição traz obras instigantes, belas e nos faz pensar sobre as ilusões que nos acometem por todos os sentidos. Algumas delas, persistentes, insistem em se apropriar de nossas vidas e tornarem-se realidade - para o bem ou para o mal. Ou para o bem e mal ao mesmo tempo, em precário equilíbrio. Enquanto posto esse emaranhado texto, um bloco desfila em frente ao meu prédio cantando aquela "... no cais dourado da velha Bahia, onde estava o capoeira a iaiá também se via...", do Martinho da Vila, lembram? Para mim, este é um dos sambas enredo mais bonitos. Mas o bloco já passou. Vou à praia, porque rola lá fora uma ilusão de sol e mar irresistível! Divirtam-se com suas ilusões e fantasias, porque, afinal, o carnaval parece que já começou... se é que um dia acabou.
Beijos, desta sonolenta Hanna que a todos igualmente ama.

(na imagem, reprodução de obra de Escher)
Fui!


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