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04 dezembro 2010

Um sonho... ou uma intuição?

Não sei se foi um sonho ou uma intuição. Acordei com a preocupação de ir olhar minha "plantação". O dia ontem foi incrivelmente quente e, como saí cedo de casa e voltei tarde, pensei que as pobrezinhas - mudas de fruta de conde, de goiaba, de araçá, de figo, o pé de café e as outras que não dão frutos mas dão beleza - estivessem urgentemente necessitadas de água e de atenção. Para minha surpresa, estavam todas bem, com a umidade necessária, mais crescidinhas, com suas tenras folhinhas espreguiçadas, com cara de... esperança. Foi aí que me veio um pensamento completo, que se ofereceu como um relâmpago. Veio e sumiu. Tento agora registrar, como quem semeia vivência, alargando a plantação de sentimentos que um dia poderão servir a outros. É sempre tão mais fácil fazer por outros aquilo que também deveríamos fazer a nós mesmos. Talvez seja por carência... ou talvez porque o fermento da vida seja a tal da solidariedade. Mas então: o pensamento, que não consigo transportar completamente para um texto, indicava que a nossa vida é semelhante à vida das plantinhas que vi esforçarem-se para romper a terra; terra vencida, o esforço de romper a velha casca da semente que aprisionava as folhas... Lembro que ajudei a romper a casca de semente de cada uma delas (por precipitação? Piedade? Ansiedade?...). Depois de rompida a casca, elas deveriam vencer a si mesmas, desenrolando as folhas que resistiam enrugadas, agarradas umas às outras, como quem quer surgir, mas teme o sol, o vento, a chuva, o ar. E este esforço não pode ser feito por ninguém mais que não elas mesmas. Foi mais ou menos isso. E à medida que descrevo este acontecimento, vou percebendo uns fiapos de sonho que não consigo recuperar totalmente. Mas o pensamento talvez tenha feito um resumo compreensível do que devo considerar neste momento sobre mim mesma. Não importa o quanto tenhamos vivido, mas se não decidirmos a hora de romper as cascas de nossas sementes e espreguiçar nossas tenras folhinhas, jamais seremos um árvore forte, capaz de dar sombra, frutos e beleza. E aí... começo a choradeira de novo!!!! Mas talvez as lágrimas sejam a necessária rega para que a terra onde nos plantamos continue a nos alimentar.
Que assim seja, em nome de Deus.
Hanna chorona (como uma samambaia...rsrs.)

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