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16 setembro 2010

Um dia frio...

EPITÁFIO
(Thiago de Mello)

O canto desse menino
talvez tenha sido em vão.
Mas ele fez o que pôde.
Fez sobretudo o que sempre
lhe mandava o coração.
****
O dia está meio nostálgico - o dia, não eu. Mas não posso deixar de ser solidária com a nostalgia do dia, este que se multiplica em tantos só para me garantir que sempre há uma chance de nova alegria. Segui o dia e sua morna nostalgia; levou-me quieto a lugares antigos, pensamentos empoeirados, mas também por novas portas e janelas. Visitei blogs de amigos antigos - uma história sempre genial, meio rodriguiana, do Gordo Falante; uma história antiga do pai da Elisa (é esse o nome?) no Andei Pensando, nem tão antigo assim. Acabei sentando ao lado do dia nas "ruas sem calçadas" - adorei essa, Gordo! - da memória. E aí lembrei de um tempo em que se fazia poesia por resistência e não por resiliência. Faz escuro mas eu canto, do Thiago de Mello. Mas o tempo fez da poesia apenas o título de um livro velho, perdido em um lugar esquecido da estante. Foi por isso que postei uma poesia curta, embora nostálgica também. Todos sempre chegamos à conclusão de que tínhamos muito a fazer e não fizemos quase nada. Mas era o que podíamos; o que podia o nosso coração. Levante, dia nostálgico! Sai dessa rua sem calçada! Por menos que você faça, já nos basta saber que você nasce todo dia! E já são quase seis da tarde...
Hanna

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