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25 novembro 2009

A difícil vida de uma personagem

É melhor falar baixo, para não espantar as personagens. Vocês lembram daquela história que contei pra vocês da lagarta que estava virando borboleta, mas não percebia a evolução? Não lembram? Está lá no arquivo, em dois episódios, para quem quiser mais detalhes. Pois bem: dei uma passadinha por lá para ver como andavam aquelas criaturas e me surpreendi. A borboleta estava numa situação inexplicável. Já se sabia borboleta e reconhecia sua beleza — pelo menos em relação à lagarta que um dia foi. Mas não se dera conta de que as asas serviam para... voar. Coitadinha. Fiquei muito penalizada. As perninhas da pobre estavam quase tortas de sustentar o peso do novo corpo por tanto tempo no chão; as asas, lindas asas, também já não se aguentavam erguidas sobre aquele dorso frágil e tendiam a se derramar sobre ela, como pétalas de rosa que vão perdendo o viço. As bordas azuis já estavam até desbotando e podia-se ver uns pequenos fiapos, como um pano que se vai gastando pelo uso; nesta caso, pela falta de uso. Fiquei alarmada! Não costumo deixar meus personagens entregues à própria sorte. Vamos ter que voltar a esse tema, sem dúvida. Aliás, quem me fez revisitar o arquivo foi um(a) visitante que entra no Sobretudo pelo Google, procurando a palavra "lagarta". Achei engraçada a frequencia com que passou a nos dar a honra de sua presença, sempre através desta história. Foi aí que, ao voltar lá, deparei com a dura realidade da pobre criatura — tão linda, tão perfeita, salvo algumas cicatrizes que a vida sempre deixa, claro. Mas sequer deve ter exprimentado as belas asas. Vou bisbilhotar os detalhes e depois conto pra vocês.

Tenham um bom dia, meus imprescindíveis visitantes! E cuidem bem de suas asas! Não as deixem se tornarem inúteis. Voem para exercitá-las!
Amor de Hanna para todos.

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