SONETO DO AMOR COMPLACENTE
(Hanna Stael)
Ah, como fui ingrata ao maldizer-te quando me rejeitaste.
Não sabia eu o que sabias sobre ti mesmo ao desagradar-me.
Como me preservaste de cruel destino ao rejeitar-me!
Ah, o quanto ingrata fui ao por ti sofrer e maldizer-te.
Ah, soubesse eu o que me aguardava o destino ao lado teu.
Agradeceria ao Padre Eterno por ter-me poupado dos sonhos meus
Cruel destino o que nos cega e obriga a ingenuidade
De nos lançarmos à ilusão do eterno na veleidade.
Soubesse eu que é, dos males todos, a ilusão o que mais maltrata.
Pediria piedade para o destino escuro, labirinto da tua vontade.
Pediria a Deus com honestidade que te poupasse
Da hora grave e inevitável da solidão e da insanidade.
Teria dito antes, mesmo que por um instante, ainda te quisesse ter.
Teria eu avisado, mesmo sabendo que nunca em mim irias crer.
Teria eu assumido a dor que te caberia! Ah, quanta agonia
Na torpe roda da orgia de quem não sabe querer.
Eu te diria como que à luz do dia, do inevitável amanhecer
Amargarias as contas que não terias como abater. Ah, e eu sofreria
Ao ver-te pisar a bondade como quem um jardim invade
Antes que o dia e sua nua verdade pudessem mesmo nascer.
Ofertei-te violetas, bromélias e jasmins, tantas flores, ai de mim!
Apenas o que querias era matar o amor, antes que viesse a existir
Na carne trêmula em lampejos, de histórias sem começo e nem fim
Arrotas depois do beijo, a ausência bruta e o desejo
De que não fosse assim.
Ah, se eu pudesse curar-te de ti...
Com os remédios que um dia
Entre a dor e a agonia
Curaram teus traços em mim.
Com os remédios que um dia
Entre a dor e a agonia
Curaram teus traços em mim.
Um comentário:
Lindo Hanna, lindo!!!
Um Grande Beijo
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