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21 agosto 2009

Descobrimentos II

Falava eu de amor e paixão em Descobrimentos I. A paixão não precisa de muita descrição. Mas e o amor, para além das imposições culturais e contornos inatingíveis? Esta pergunta eu tenho feito a mim mesma nestes últimos instantes que separam uma noite de um dia. A questão não é o tempo, mas a questão. Não sei responder, porque não sei sobre coisas que não vivi. É, meus amados, sei do amor que tenho a vocês (meus amados mais próximos são também meus leitores, incluindo Cacabudan...rsrs), porque ele habita em mim desde antes e eu o tenho exercitado. São os amores legitimados, aqueles que nos ensinaram e que nos permitem. Mas e o amor entre apenas um homem e apenas uma mulher — estou dizendo AMOR, notem bem; não paixão. Eu não sei... Isso eu nunca vivi, me dou conta apenas agora. Tive paixões, uma delas me ajudou a construir grande parte do que sou — pelo lado bom e muitas vezes pelo lado ruim que me proporcionou experimentar. Mas isso é comum às paixões: elas não se recusam ao mal; são reativas. Mas e o amor, caramba? Eu não sei... Será possível amar alguém sem querer possuí-lo? Amar sem ferir? Sem cogitar da vingança? Amar mesmo na contramão dos fatos? Para além dos fatos? Será possível um amor que se basta por existir, independente das concretudes que o fazem a todos se mostrar? Será possível um amor que não depende de exibição? Um amor que quer, por ser amor, para o outro apenas a felicidade? Mesmo que para isso tenha que se contentar em ser apenas si mesmo? Talvez sim — a cobrança de retorno é típico apenas das paixões. Mas talvez não... eu não sei. Isso eu nunca vivi. Temos do amor apenas a idéia do tormento, da dúvida, do desejo que é dor até que se esgote em um breve momento para novamente doer. E quando se acaba, reagimos com todas as forças contra o que nos fez despossuí-lo. É a paixão com seu manto carmim travestida de amor... Mas eu não sei. Apenas estou experimentando algo que não conheço e que não sei direito explicar. Mas estou prestando atenção, para conhecer. Por enquanto, sei apenas que é bom, como a paixão... a diferença é que não dói. Mas será que amor tem que doer?... Chega! Por hoje, basta. Perguntas demais e respostas de menos fazem a gente se perder.
Com o amor de sempre e este outro em construção, beijos!
Hanna

2 comentários:

Anônimo disse...

Minha querida Hanna, quem há q possa nessa vida explicar como é ou deve ser o amor?? Mas penso q sobre tudo ninguém deve em nome do amor se tornar um peso na vida do outro. Não acredito no amor sem a total entrega e dedicação, e no amor q não acrescente ou some na vida do outro, temos q ser benção e não maldição. Acredito q tendo a posse do amor do ser amado, não há necessidade de possuir o ser. O amor está justamente em deixa-lo livre. Ferir o ser amado é como ferir a nós mesmos pq na verdade nos tornamos verdadeiramente uma só carne, qdo é amor. Então, como podemos maltratar a nos mesmos? vingança??é muita baixaria!!! E penso q é possível um amor q se baste por existir, pq q só o fato de termos a capacidade de amar já é uma grande benção. E qdo verdadeiramente é amor ainda que mortificados por dentro, desejamos para o ser amado a felicidade mesmo q não seja ao nosso lado. Eu penso assim. E q vc possa vive-lo o mais intensamente possível. Não se pode passar por essa vida sem experimenta-lo. Dói as vezes, mas a dor de nunca ter amado é muito pior.
Um grande beijo

Hanna disse...

Querido(a)anônimo (a), antes de tudo, agradeço a sua interlocução. Mas quero dizer que nunca me recuso ao amor, seja ele como for. O que me diferencia dos amantes comuns é apenas a minha curiosidade em saber como os amores nos acometem. É uma certa necessidade de torná-los mais...perfeitos, digamos.
Beijos e carinhos de Hanna