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Os videozinhos são bobos, mas vale a pena dar uma olhada. Mas voltando às coisas do Centro...
"Si sobrá, nóis vende".
Becos, becos, becos.... todos com saídas.
Rua do Comércio, Rua da Alfândega, Rua do Ouvidor... Uma história do passado cotidiano por onde hoje passamos em cortejo de efêmera realidade.
Rua da Assembléia.
Se essa rua fosse minha, eu mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhantes e passava todos os dias por lá.
Avenida Senhor dos Passos... para caber tantos passos, de tantos passantes, com seus pensamentos passados. Avenida quase larga, mas velai Senhor, para que se alargue seus espaços. Velai, Senhor, pelos passos dos que por ali passam, sem ciência e sem compasso que lhes confirme que nessa vida tudo passa.
Muita água anda rolando por debaixo desta ponte que me liga ao universo. Sorte que não sei nadar, portanto não me arrisco ao que me ensinaram sobre afogamento. E mesmo assim, as águas continuam rolando.
Nossa Senhora dos Homens é o nome de uma igrejinha linda na Rua da Alfândega. A rua que ganhou este nome teve origem em um caminho que ia da orla marítima até a Lagoa da Sentinela, nas proximidades do que hoje é a Praça da República. A rua teve diversos nomes ao longo do tempo, até se chamar da Alfândega, como é hoje. A história é interessante e pode ser consultada em sites que falam da cidade. Mas voltando à igrejinha dedicada à proteção dos homens, confesso que imaginava que haveria neste mundo quem zelasse pelos homens além das dedicadas mães. E haveria de ser ainda uma senhora, talvez avó - aquelas que vieram ao mundo para dar aos homens liberdade e condescendência. E na igreja, uma dessa avós, certamente progressista, foi consagrada santa. Eram avós, com certeza não eram mães. Porque as mães, sei de cátedra, ensinam tudo o que aprenderam - cerceamento e restrição. E a consciência do dever materno, ponto máximo do sacrifício da cultura judaico-cristã que a mídia venera para vender fornos de microndas, diz que as avós estragam os filhos. Mesmo assim elas seguem amando incondicionalmente esses futuros homens, esperando que sejam melhores do que o resultado que a vida produz. Às vezes perdem, às vezes ganham - a avó do Betinho, por exemplo, deve estar sorrindo no céu. Mas a gravidade que aprisiona as mulheres fez com que a condescendência parecesse demasia e desobediência. E assim, conta a realidade da lenda, ficou perdida a liberdade que as avós guardavam nas cestas de costuras - sim, porque liberdade é algo assim banal, que se guarda em qualquer lugar junto a objetos de fiação. Mas voltando ao tema, aprisionados seguem os homens que a senhora da igreja ainda proteje. Acorrentadas seguem as mães, que não conseguem conjugar o amor que sentem pelos filhos com a redenção que os liberta da culpa de terem nascido. Valei-nos Senhora dos homens, porque eles são os nossos filhos!
Mas, perguntinha incômoda que não quer calar: e as meninas, mulheres que não têm igrejas que as consagrem para se apegar, essas que são as mães de todos os homens. Somos o centro da vida? Ou somos escravas subalternas sem redenção? Decidam vocês.
Com o mesmo amor de sempre,
Hanna
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