UMA COISA DE CADA VEZ
Vou ali e volto já
Espero não demorar
Deixo acesa a lamparina
Para espantar a escuridão
As rosas que vos deixo
Caídas como um desleixo
Sem espinhos nas hastes finas
São carinho e atenção
Vou ali e volto já
Antes que desbotem as cores
Dos improváveis amores
Fragmentos de imensidão
A chama que deixo acesa
Da pobre esperança, a beleza
Há de sanar a pobreza
A preguiça e a lassidão
Luz pouquinha que acalento
Há de ser mais forte que o vento
Aos passantes, todo o alento
O calor de um coração
Vou ali e quero voltar
Trazendo um longo segredo
Como alma em degredo
Que conquistou a redenção
Vou e espero voltar já
Me assusta o coração
Tenho medo de voar
E gostar da imensidão
Tenho pressa de chegar
E abrir logo a cortina
Coragem que desatina
Medo que alucina
Quem sabe, volto não.
Do outro lado da espera
Quisera saber, quem dera
Se haverá retorno ou não
Do outro lado da espera
Quimera sutil, quimera
caminho é só um pedaço de chão.
Joseti Marques
(Com licença de Hanna Stael, que seguiu antes, à francesa, mas deixou suas rosas e, como de sempre, o amor)
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