Páginas

14 março 2015

Catando poesia no chão...


Achei enquanto andava em um bosque de Brasília. O autor, pelo que deu para entender da assinatura, é João Blenner. E agora chove lá fora... muito.
H.
PS: ...no chão da alma.

11 março 2015

O que basta...

A poesia que me atravessa é de tal forma intensa, que chego a duvidar de minha própria humanidade.
O amor que me habita é tão imenso, que me afogo em solidão e impossibilidades - a que devo?
Ave tempo que me trascende; ave o desconhecido, o descalabro - vida, o que é então, se mais que nada que a si se basta?
H.

02 março 2015

Demasiadamente humano

Nietzsche foi um dos filósofos mais importantes do Século XIX. Ele era um monte de coisas mais além de filósofo – poeta, por exemplo. Dos seus escritos filosóficos pode-se ver que não tinha muita paciência para lidar com as ideias acomodadas e com as teorias de consenso – aliás, nem eu tenho paciência para a mesmice acadêmica – eu, logo eu. Escrever é um ato de coragem, que às vezes devo confessar que me falta. Preguiça intelectual, talvez preguiça moral... ou simplesmente preguiça de me embrenhar em discussões inúteis que me estressam as veias. Ou apenas preguiça daquelas simples e baratas, sem nada mais que a possa adjetivar. Nietzsche morreu muito jovem. Tinha 44 anos quando entrou em colapso e perdeu completamente a capacidade mental. Isso foi em 1889; ele morreu em 1900. Triste sina... conspiração do universo; pensou o que podia no tempo que lhe cabia e desautorizou Deus com sua vontade de potência:"Esse mundo é a vontade de potência — e nada além disso! E também vós próprios sois essa vontade de potência — e nada além disso!”
Gosto particularmente dos aforismos em "Humano, demasiado humano", onde as verdades se mostram ligeiras, ágeis, desafiadoras e finas como uma espada de esgrima: "Toda crença no valor e na dignidade da vida se baseia num pensar inexato; (...) porque cada um quer e afirma somente a si mesmo".

Talvez daí venha a minha preguiça – qualquer esforço é apenas a tentativa de afirmação de si mesmo; uma grande bobagem. Mas vamos à poesia, que é a afirmação da alma, onde se guarda a pureza das verdades tolas, inauditas, belas, simples – mesmo em Nietzsche, porque humano, demasiadamente humano.

Ninguém pode construir em teu lugar
as pontes que precisarás passar
para atravessar o rio da vida -
ninguém, exceto tu, só tu.
Existem, por certo, atalhos sem número
e pontes, e semideuses que se oferecerão
para levar-te além do rio;
mas isso te custaria a tua própria pessoa;
tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho
por onde só tu podes passar.
Aonde leva? Não perguntes, segue-o.
(Nietzsche)

No mais, beijos de Hanna em profusão.